quinta-feira, 26 de janeiro de 2012



Ronaldo Andrade  - Lajense, Imortal IHGAL e Teatrólogo encena a peça A CAMINHO DE BELÉM para os Lajenses



Divulgação.


A companhia de Teatro Ronaldo de Andrade juntamente com a Associação Cultural Dragão Lajense e Grupo de Jovens da Paróquia de São José da Laje apresentaram em dia de Santos Reis a peça A CAMINHO DE BELÉM de Homero Cavalcante com direção Higo Fernandes e Doge Chaves com participação Especial Boi Dragão Lajense.


O palco da encenação da peça foi ao ar livre nas escadarias da majestosa Igreja de São José, um lugar glamoroso para tão bonito espetáculo, o cenário, os autores, o figurino nos transportaram a Belém tão bem feita fora a interpretação os lajenses compareceram e confirmaram onde tem arte,cultura o povo aplaude .

A Secretária de Cultura e Turismo em nome da Secretária Jacineide Maia agradece a você Ronaldo de Andrade a tão importante iniciativa de levar cultura através do teatro e de ter envolvido e transformado o grupo de jovens da nossa São José da Laje em atores que através do figurino,caracterização e maquiagem tão brilhantemente interpretaram os personagens da peça A Caminho de Belém.

"Os festejos do Dia de Reis constituíam celebrações de intenso brilho no Ciclo Natalino, em São José da Laje. Como eles, em grandiosidade,somente igualavam as manifestações religiosas e artísticas do dia de Natal,cujo ponto alto era a concorridíssima ocorrência da comunidade lajense para a Missa do Galo.

O brilhantismo das duas festas encontrava nas representações de rua, a exemplo da Chegança de Mestre Generino, do Pastoril da Igreja de São José e do Reisado, dos ternos de zabumba, além dos repentistas que aproveitavam para vender seus cordéis, atrativos insubstituíveis.

A cidade se engalanava com palhas de coqueiros, vindas de lugares diversos, enfeitando os antigos postes de ferro da iluminação pública. A festa do Dia de Reis ,resiste como uma característica da identidade Cultural dos Lajenses" ( Ronaldo de Andrade).

sábado, 14 de janeiro de 2012

                         UM QUASE NECROLOGIO PARA ANILDA LEÃO

* Ronaldo de Andrade


Anilda Leão.
Acervo da família.
Em nome do Dr. Jayme de Altavilla, nosso Presidente no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas – IHGAL que,  por recomendações médicas, não podendo estar presente me nomeou para lhe representar e ao Instituto Histórico, neste doloroso momento. Atribuição que me exige desenvoltura superior as minhas condições, mas que, da qual não poderia  me furtar, em se tratando de situação que nos envolve e a nossa consocia e querida companheira Anilda Leão; também, como Presidente da Associação Teatral das Alagoas, a ATA, grupo de teatro do qual Anilda Leão foi Presidente e no qual Anilda Leão  exerceu até hoje a função de Presidente de Honra, e foi atriz, por mais de duas décadas; e na condição de órfão, como integrante do rol de artistas alagoanos que Anilda abraçou como seus afilhados de ofício; venho, portanto, em nome de todos os consócios do Instituto Histórico e da ATA, comunicar a Luciana, Carlinhos Moliterno, a todos os demais familiares, aos amigos e admiradores de Anilda aqui presentes, não apenas as condolências que os sentimentos e a praxe exigem em momentos como estes. 
Momentos que são de extrema importância na vida humana, por se tratarem do início de mais uma etapa, com a realização deste último rito de passagem ao qual, invariavelmente, somos submetidos durante a existência e com o qual nos consternamos e através do qual nos irmanamos uns com os outros, tocados por lembranças de variados matizes. E a partida, dentre todas as lembranças acumuladas é a que é a protagonista do momento.
Anilda parte, mas o respeito, o compartilhamento das alegrias, das indignações, das emoções tão comuns entre nós, seus amigos e familiares, dão lugar ao nobre sentimento da saudade
Anilda tomou o barco com destino à ilha. E nós lhe acenamos adeuses; e uma nova sensação dá o tom, provoca o ritmo, esculpe a forma, imprime a cor e se apresenta vaga e dramática e plenamente visível, inundando os nossos olhos; e o verbo e o substantivo lhe definem: é a saudade ! Esta bela personagem é puro sentimento de querer, de desejo, de ambição! Com todas estas qualificações ela nos ensinará a ser amáveis na renúncia; a ser compreensivos com a vida; a ser generosos com os semelhantes; a entender o que é a espera e  o retorno; a sermos pacientes e com a paciência conviver. E como disse o poeta,eu  vos digo sobre esta personagem: Saudade é lição .
Anilda é, a partir de hoje, um “tipo” chamado Saudade, uma dramatis persona. E como todas as personagens ela é mito e, particularmente ela é história de uma época em Maceió ! – e uma história da qual fazemos parte.
Vá Anilda ! vá através deste oceano alagoano até a Ilha !
Prossiga, pois a névoa se dissipa e todos os vergeis, manguezais e praias se iluminam e a Saudade com os seus cabelos de ouro já reluz !

 Vá Anilda! pois ainda assim, o teu espetáculo continuará sendo representado. Como dizemos em teatro:  “o espetáculo tem de continuar !!!”.
                                                                                                          
      Maceió, 08 de janeiro de 2012

*Ronaldo de Andrade é membro do IHGAL, Presidente da ATA, professor, ator e pesquisador de teatro em AL.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Estado decreta luto pela morte de Anilda Leão

Governador Teotonio Vilela destaca importância de Anilda para a cultura alagoana
07/01/2012 11:39
Fonte: Secom/Agência Alagoas
 O Governo de Alagoas decretou três dias de luto oficial pela morte da atriz, escritora, cantora e poetisa alagoana Anilda Leão. Anilda estava internada no hospital Arthur Ramos desde que caiu em casa e fraturou o fêmur, em novembro do ano passado. O sepultamento ocorre neste sábado, mas familiares ainda não definiram o horário e o local para o último adeus à artista.
Anilda Leão era considerada um estandarte da cultura alagoana, com seu trabalho ativo e de muito talento nos palcos, inclusive com atuações marcantes em filmes, novelas e peças teatrais, além de ser líder feminista. Ela foi casada com o escritor e poeta Carlos Moliterno, também falecido. Na década de 1970, Anilda Leão trabalhou no Departamento de Cultura do Estado de Alagoas e na década de 1980, na Secretaria Estadual de Cultura.
Ao decretar luto oficial, o governador Teotonio Vilela Filho destacou a importância de Anilda Leão para a cultura alagoana. "Anilda irradiava alegria, bom humor, além de ser uma escritora e atriz de grandes méritos. Com sua história de vida e seu brilho profissional, prestou um grande serviço à política cultural de Alagoas. Solidarizo-me com a família de Anilda pela dor desta perda, certo de que, na cultura de Alagoas, sua sua história será mantida viva, imortal", destacou Teotonio. 
Anilda é autora dos livros "Chão de Pedras" (1961), poesia; "Chuvas de Verão" (1974), poesia; "Poemas marcados" (1978), poesia; "Riacho Seco" (1980), contos; "Círculo Mágico" (1993); "Olhos Convexos" (1989), crônicas e "Eu em Trânsito" (2003).
Ela recebeu as Comendas Mário Guimarães (pela Câmara Municipal de Maceió); Nise da Silveira (pelo Governo do Estado de Alagoas); Graciliano Ramos (pela Câmara Municipal de Maceió); a Ordem do Mérito dos Palmares (pelo Governo do Estado); e a Comenda Teotônio Vilela, pela Fundação Teotônio Vilela. Também recebeu o Diploma do Mérito Cultural, da União Brasileira dos Escritores.

MORRE ANILDA LEÃO

Foto: Divulgação.

É com muito pesar que nós da ATA comunicamos o falecimento da nossa Presidente de Honra, feminista, atriz, poetisa, escritora, cantora e grande mulher ANILDA LEÃO. Nossa manhã de sábado amanheceu mais triste e com ar de saudosismo. 

Anilda Leão, 88 anos, faleceu na noite desta sexta-feira (6), em Maceió. Ela estava internada no Hospital Arthur Ramos, no bairro da Gruta de Lourdes, desde novembro de 2011, depois de ter fraturado o fêmur em uma queda.

Segundo a família, o corpo de Anilda está sendo velado no Parque das Flores, mas sem velas. Segundo seu filho Carlos Alberto Moliterno, ela não gostava. O sepultamento será na manhã deste domingo (8), às 10h.

Acervo da família.
Trajetória - Nasceu em 15 de julho de 1923, em Maceió, AL. Filha de Joaquim de Barros Leão e de Jorgina Neves Leão. Aos treze anos de idade publicou seu primeiro poema, cuja temática era criança abandonada. Foi colaboradora das Revistas Caetés e Mocidade, assim como do Jornal de Alagoas e Gazeta de Alagoas.
Formou-se em contabilidade pela Escola Técnica de Comércio de Alagoas. Seu sonho era ser médica, porém seu pai não permitiu. Em sua primeira apresentação pública como cantora, por volta de 1950, em evento organizado pela Federação Alagoana pelo Progresso Feminino, identificou-se/encantou-se com a proposta da instituição integrando-se ao grupo. Em junho de 1963 participou do Congresso Mundial de Mulheres, em Moscou, representando a Federação Alagoana pelo Progresso Feminino. No ano de 1990 torna-se presidenta da instituição. 
Casou-se em 1953, aos 30 anos de idade, com o arquiteto, escritor, poeta, Carlos Moliterno. Tiveram dois filhos; viveram juntos por 45 anos. Incentivada a escrever por seu companheiro, em 1961 publicou o livro de poemas Chão de Pedras. No ano de 1970 atuou no filme Lampião e Maria Bonita e Órfãos da Terra. Trabalhou no Departamento de Cultura do Estado de Alagoas e na década de 1980, na Secretaria Estadual de Cultura. Em 1973 conquistou o Prêmio Graciliano Ramos da Academia Alagoana de Letras com a coletânia de contos Riacho seco, período em que começa a investir em sua carreira de atriz.   Na década de 1980 atuou no filme Memórias do cárcere e no ano de 2002 atuou no filme Deus é brasileiro. No teatro foi integrante da Associação Teatral das Alagoas (ATA) no qual foi e é a presidente de Honra, atuou nas peças: Bossa nordeste e Onde canta o sabiá. Produtiva e agitada, desempenhava vários papéis ao mesmo tempo, sem contudo abandonar a poesia, os contos, crônicas e a elaboração de artigos para jornais.

Acervo ATA ( 2009). 
Anilda Leão com sócios da ATA e integrantes da 
Federação Alagoana  Pelo Progresso Feminino.
 É autora dos livros "Chão de Pedras" (1961), poesia; "Chuvas de Verão" (1974), poesia; "Poemas marcados" (1978), poesia; "Riacho Seco" (1980), contos; "Círculo Mágico" (1993); "Olhos Convexos" (1989), crônicas e "Eu em Trânsito" (2003), biografia.
Recebeu a Comenda Mário Guimarães (pela Câmara Municipal de Maceió); a Comenda Nise da Silveira (pelo Governo do Estado de Alagoas); a Comenda Graciliano Ramos (pela Câmara Municipal de Maceió); a Comenda da Ordem do Mérito dos Palmares (pelo governo do Estado); e a Comenda Teotônio Vilela, pela Fundação Teotônio Vilela. Também recebeu o Diploma do Mérito Cultural, da União Brasileira dos Escritores.

Segundo o blog JAPRESS do artista e cineasta Joaquim Alves, Anilda vinha sofrendo este últimos dias por causa de inúmeras infecções hospitalares como pode ser lido no o artigo abaixo:

"Depois de ser torturada (física e psicológicamente) e perseguida pela ditadura militar brasileira, que a considerada uma perigosa "comunista", a escritora, poetisa, atriz, cantora lírica, imortal da AAL, e após uma pausa que parecia lhe trazer certa tranquilidade, agora voltou a sofrer torturas físicas como paciente do Hospital Arthur Ramos, onde foi operada e por três vezes (antes e depois da cirurgia) sofreu grave infecção hospitalar (a tortura!), continua interna na UTI daquela casa.

Caso não tivessem ocorrido  as infecções hospitalares, ela já estaria em casa, em france recuperação. Infelizmente, a fiscalização quanto a falta de higiene e contágios nos hospitais públicos e particulares em Alagoas continua uma coisa séria e necessitando de urgentes providências".





SONETO DA MENINA QUE JÁ FUI
(Anilda Leão) 

Do meu ventre eu recolho exatidões,
E coloco nas curvas dos meus seios
O frêmito do tempo adolescente;
Assim me faço para te receber.
Abro os meus braços, te aconchego ao corpo
Ainda quente ao recordar de outrora.
E solto as franjas e os meus cabelos
Da criança que fui e sou agora
Por ti me fiz e sou criança ainda,
Para esquecer aquela que ficou
Largada nos caminhos de outra vida.
E assim me dou da meninice vindo,
De ti fazendo o meu amor primeiro,
Esquecida dos tempos já vividos.





  

Cibelle Araújo 
Assessoria de Comunicação ATA
MTE /AL 1095
Com a colaboração de: Balaio de Fatos, mulher500.org.br e clickveja.com.br.