terça-feira, 10 de abril de 2012

Crítica - Maria Tudor
Publicada  no Jornal do Brasil  em 09/04/2012

Luiza Nobre Maria

Com o Espaço Cultural da Finep lotadíssimo, para a apresentação da ópera Maria Tudor – Cenas Principais, do compositor brasileiro Carlos Gomes


Elenco bem escolhido contribui para o sucesso
Divulgação Jornal do Brasil
                                            
A excitação mental era grande, muitas pessoas foram prestigiar os amigos, outras foram ver um espetáculo que não sabiam exatamente o que era, mas a expectativa era imensa.
As cortinas foram abertas e pela sensibilidade do primeiro cenário já poderíamos antever que seria uma noite de festa. Sabendo que a verba para a realização do projeto era muito pequena, ficamos impressionados, de verdade, com a beleza da solução prática e leve, com um efeito visual lindíssimo dada aos três cenários, dos quatro atos da ópera. Helder Castro, o grande anfitrião da Finep está de parabéns pela imaginação, valorização e, sobretudo, pela vontade de realizar. Sabemos o quanto ele agitou, trabalhou com firmeza para que tudo desse certo.

Elenco bem escolhido contribui para o sucessoTambém observamos que a iluminação foi de muito bom gosto para o evento.

O elenco foi muito bem escolhido, a energia muito boa entre eles e, sobretudo, a harmonia que passava aos ouvintes. Começamos a falar de Magda Belloti, a Giovanna, belíssima atuação, assim como o lindo timbre de sua voz, sem dúvida, uma artista com experiência de palco, com as marcações muito precisas, uma presença, além de bonita, de muita competência e segurança. Da mesma maneira, o barítono Manuel Alvarez brilhou muito, seguro mesmo, com uma linda voz e, junto com Magda, foi sem dúvida a segurança e a base para o êxito da apresentação. É importante ter presenças experientes para o sucesso do evento.

O ponto culminante foi o solo da soprano Marina Considera no segundo ato, bem à vontade no palco, pode deixar sua voz fluir em uma dinâmica fascinante, onde os pianíssimos, coisa rara hoje em dia de se ouvir, foram de uma beleza ímpar, emocionantes mesmo, fazendo a nosso ver o ponto mais emocionante dos quatro atos. Sua entrega em seu personagem foi verdadeira. Marcações muito bem feitas por Marina, a competente Maria Tudor, que dominou o palco da Finep, como se estivesse verdadeiramente em seu castelo. Também brilhou o tenor Ivan Jorgensen, demonstrando se sentir bem no palco, bem competente. Aparição angelical da soprano Loren Vandal, que passou a cumplicidade de sua Pagem, com uma presença em cena bem serena ,mas muito expressiva. Bravíssimo ao coro, e seu regente, Evandro Rodriguese, muito bem ensaiado e com as marcações precisas, ótimo trabalho.

O piano teve um caráter definitivo a partir do segundo ato, apesar de não ouvirmos uma orquestra, o piano de Eliara Puggina tem, desde o início da obra, de se colocar definivamente no lugar de uma orquestra, desde o compasso inicial.

As soluções práticas dos figurinos de Fernando Portugal foram muitíssimo bem realizadas e pensadas, assim como os adereços deram a beleza precisa e o toque luxuoso que o evento necessitava. A produção de Helder Castro e a Direção Geral de Lauro Gomes foram a base para o êxito do concerto, dois grandes incentivadores.

O BRAVO da coluna para a realização e produção do evento assim como para todas as pessoas nele envolvidas. É uma verdadeira lição de que, com pouco, se faz muito.

A vontade de estar junto, de realizar, de produzir, e em ótimo nível, é a prova mais positiva que, quando se quer, se faz. O elenco inteiro está de parabéns pela excelente realização que ficará por muito tempo na memória de todos que assistiram a estreia desse notável espetáculo, assim como a recomendação da coluna para a nova récita no próximo dia 10, às 18h30, no mesmo local.




Comemorando 20 anos, o Espaço Cultural Finep abre a temporada dos Concertos Finep com cenas desta bela ópera de nosso grande compositor e diretor Lauro Gomes


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Maria Tudor
Maria Turdor é a 10ª ópera que leva sua direção. Está em cartaz no espaço Cultural Finep,. No ano de 2011 montou O Trovador de Verdi e a Norma, de Bellini. Este ano além da Maria Tudor, terá um outro trabalho em cartaz: Thais e Manon, Massenet, em reverência aos 100 anos da morte do compositor, considerado um dos 10 melhores espetáculos de 2011 e, para encerrar o ano, La Forza del Destino, de Verdi em comemorações aos 150 anos da estréia que foi realizada em São Petersburgo.
Lauro Gomes

Em 1922, quando veio ao Rio de Janeiro reger “O Guarani”, festejando o centenário da Independência, Mascagni, estranhando a indiferença dos críticos pela obra de Carlos Gomes, declarou: “Gomes, para nós (jovens compositores) representava o futuro…”
Na ópera Maria Tudor, Carlos Gomes expressa sua verdadeira arte e a sua autenticidade musical. Obra belíssima, com harmonias audaciosas, inovadoras e bem estranhas àquela época. É claro que houve uma reação imensa contrária a estes novos conceitos. Hoje, podemos analisar e julgar com serenidade e isenção, os valores desta obra prima do mais universal dos compositores brasileiros.

Cenas principais de Maria Tudor, de Carlos Gomes.
Drama lírico em 4 atos, libreto de Emílio Praga concluído por Zanardini e Fontana, baseado no drama de Victor Hugo. Data de estreia: 27 de março de 1879, Teatro alla Scala, Milão. Dedicada ao Visconde de Taunay. A ação se passa na Inglaterra do século XVI



Divulgação.
Lauro Gomes
Cidadão de Maceió e Sócio Benemérito da ATA !
Implantou em nosso teatro na teoria e na prática: O TEATRO DE PARTICIPAÇÃO E VANGUARDA, através de sucessos inesquecíveis da ATA, como: Hoje é dia de rock, de José Vicente, "O bravo soldado Shweick" de Jaroslav Hasec, "Hipólito", de Eurípedes, "Jorge de Lima: o acendedor de estrelas", de Jorge de Lima, e é o autor do musical infantil “O PATINHO FEIO”, sob direção de David Farias!

Começou estudando canto particularmente com Lília Nunes e, logo após, no Conservatório Brasileiro de Música, com Graziela de Salerno, completando os seus estudos técnicos com a professora Leda Coelho de Freitas. Estudou acordeão durante cinco anos, na Academia Alencar Terra.

Formação de diretor, ator e professor teatral no Conservatório Nacional de Teatro (Registro nº 4325-Liv.21-Fls.60-DRT34849/81). Radialista, produtor executivo, autor, roteirista, locutor, apresentador e entrevistador (Registro nº 3684-Liv.19-Fls.94 e 45). Autor teatral três vezes premiado pela Secretaria de Educação do então Estado da Guanabara, entre 1969 e 1970.

Em 1974, foi contratado como Técnico em Programação Radiofônica da Rádio MEC, passando, logo a seguir, a realizar programas especiais para a emissora. Produziu entre vários, os programas: “O Barroco Instrumental”, “O Clássico”, “A Música no Romantismo”, “Nova Dimensão”, “MEC – Especial”, ”Concerto de Gala”, “Acervo MEC”, “Concerto MEC” e “A Ópera – Theatro Municipal – 100 anos”, “Especiais – FM”. Atualmente, produz e apresenta “Sala de Concerto”, “Música e Músicos do Brasil”, além de “Ciclos” e “Especiais” focalizando efemérides.

Para a Escola de Música Villa-Lobos, dirigiu a ópera “Maroquinhas Fru-fru”, de Maria Clara Machado e música de Ernest Mahle, apresentada com grande êxito nas Salas Funarte e Cecília Meirelles, em 1978/79. Em1979 e 80, foi Programador e Redator dos roteiros dos Concertos Didáticos do “Projeto Elos” e, também, apresentador do “Projeto José Maurício”, do Instituto Nacional de Música, da Fundação Nacional de Arte.

Em 1983, foi redator do projeto “Domingo na Escadaria”, concertos realizados pela Fundação de Artes do Rio de Janeiro, na escadaria do Teatro Municipal. Em 1975, reabriu o Teatro Duse dirigindo a peça “Os Cordeiros de Deus”, de Silva Ferreira. Escreveu e dirigiu para o “Grupo Etc E Tal” o musical infantil “A Princesinha Mimada e o Dragão Malvado”, que estreou no dia 2 de julho de 1977, no Teatro Glória.

Em 1974, Lauro Gomes dirigiu “Hoje é Dia de Rock”, de José Vicente com o Grupo Scena, de Juiz de Fora, em Minas Gerais. De1979 a 1982, foi redator e roteirista dos programas “Escala” e “Opus”, na TVE. Em 1978, pelos seus intensos trabalhos com diretor teatral em Alagoas, recebeu o Titulo de Cidadão Honorário de Maceió. Em 1990, recebeu da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro a “Medalha Pedro Ernesto”, por reivindicação de músicos e artistas líricos brasileiros.

Atualmente, Lauro também escreve diversos artigos sobre música e teatro para várias revistas especializadas e jornais do país. Por diversas vezes, participou como jurado em concursos e festivais de música.

SERVIÇO

Espaço Cultural FINEP
Praia do Flamengo, 200 – Pilotis.
Dia 3 de abril, terça-feira. às 18:30 h. – estreia.
Dia 1o de abril, terça-feira, às 18:30 h. – récita extra.

Entrada franca
Rádio MEC
Praça da República nº. 141 – A – Centro – Metro Estação Central
Dia 13 de abril, sexta-feira, às 17 h.
Entrada franca

Fonte: http://www.movimento.com/2012/04/maria-tudor-de-carlos-gomes-na-finep/