terça-feira, 9 de março de 2010

Vem aí "O mundo entre quatro paredes"

Como parte das comemorações dos 55 anos da ATA, estamos preparando o espetáculo O Mundo Entre Quatro Paredes.

Com estreia prevista para Agosto, a temporada contará com a lotação de 20 pessoas por apresentação, por tanto, fiquem atentos para reservarem seus ingressos antecipados e com o local que ainda será definido.

Segue abaixo um pequeno texto escrito por Daniela Beny, atriz convidada para compor o elenco.



O Mundo entre quatro paredes trata-se de uma adaptação feita pela atriz Lindianne Heliomarie em processo colaborativo com o elenco envolvido na montagem para o texto Entre Quatro Paredes de Jean-Paul Sartre. Diferente de outras adaptações esta busca enfatizar as características mais pungentes do existencialismo, priorizando o conhecimento da própria identidade e sua interação com o mundo e, conseqüentemente, com os outros.

Embora tenha sido escrito em 1947, o texto continua tocando nas feridas do homem contemporâneo, questionando seus valores morais dentro da pós-modernidade de uma existência frenética e superficial nas interações humanas. O teatro acabou se revelando como uma possibilidade de interferir de forma mais ampla no tempo presente. Depois de ter passado pelos ensaios filosóficos e pelo romance, ele concentra seu esforço criativo, em um instante-chave de afirmação de sua obra e biografia, em peças que rapidamente se tornaram referência da moderna literatura ocidental e nas personagens teatrais, encontrava o vinculo mais universal para questões propostas pelo Existencialismo.

Toda grande obra nasce de uma circunstância, e ao mesmo tempo, contra esta circunstância. Sua vitalidade reside no fato de condensar o poderoso material humano carregado de sentidos abertos, com isso o texto carrega em si as marcas de seu período histórico (o final da II Guerra Mundial), mas sem estar restrito ao seu tempo, pois se mudássemos a biografia das personagens e mantivéssemos os conflitos, eles continuariam tendo a mesma capacidade de comunicação e reflexão.

Pensando nisso propusemos um processo de colaboração recortando e reestruturando as cenas ao longo do texto a fim de enfatizar determinadas ações/reações das personagens.

Com este apelo sócio-filosófico, o encenador Marco Antonio de Campos propõe uma montagem que possibilita a itenerância dentro de espaços não teatrais, explorando a ânsia e a ganância da sociedade pós-moderna que exagera nas mudanças e efemeridades de suas escolhas embora não sofra internamente nenhuma transformação substancial.

Para a encenação deste desafio existencial, o encenador conta com um elenco jovem, mas com vasta experiência teatral, provocando-os inclusive a buscar sua própria existência, seja como ator-investigador ou como indivíduo que interage socialmente fora do palco e das salas de ensaio.

Compondo o elenco, contaremos com: Arnaldo Ferjú, Cibelle Araújo, Cícero Rosa, Daniela Beny, Henrique Rocha Floris e Lindianne Heliomarie.

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